Tecpar vai ampliar pesquisa sobre energias renováveis no Paraná 17/01/2020 - 12:00

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar)  vai contribuir para a pesquisa e o desenvolvimento de soluções para ampliar a geração de energias renováveis no Paraná. O Protocolo de Intenções com a prefeitura de Toledo foi assinado nesta sexta-feira (17), em cerimônia com a presença do governador Ratinho Junior, no Biopark de Toledo.

Na ocasião, o Governo do Paraná firmou convênio, por meio da Invest Paraná, com a empresa alemã Mele Biogás, e com a paranaense Compostec para a instalação de duas usinas para a produção de biometamo em Toledo. A prefeitura da cidade também apoia os projetos que vão transformar dejetos em energia limpa. O acordo entre o Estado e a prefeitura do município permitirá atividades de pesquisa e desenvolvimento na área de biogás. O Tecpar vai atuar num laboratório a ser estruturado pelo município, dentro do Biopark.

Ratinho Junior destacou que as ações colocam o Paraná à frente de outros Estados em relação à produção de energias renováveis. “Usinas de biometano são o que há de mais moderno no mundo. Estamos chegando a um grau de eficiência que os dejetos da produção se transformam em energia para os maquinários. É a chamada economia circular. Você produz sem deixar nenhum dejeto para trás”, disse.

O diretor-presidente do instituto, Jorge Callado, afirma que a assinatura de um protocolo para a implantação de um laboratório de tecnologia é o início de um trabalho conjunto com a Região Oeste do Paraná. “O Tecpar poderá oferecer apoio tecnológico ao novo laboratório, fortalecendo a sua atuação na área de energias renováveis no Paraná, dentro de um contexto de bioeconomia de economia circular”, destacou.

No laboratório poderão ser feitas análises para avaliação do potencial de geração de biogás de resíduos orgânicos (potencial metanogênico) e verificações do potencial energético do biogás e dos biofertilizantes produzidos na digestão destes resíduos.

USINA – A capacidade de produção da usina é estimada em 3,3 Megawatt-hora (MW/h), com a geração de 17 mil metros cúbicos de biometano por dia. Serão usadas 300 toneladas de dejetos diariamente, de 20 granjas vizinhas à futura sede da usina que será instalada próximo ao aterro sanitário da cidade.

“O Paraná tem essa preocupação social e também com o meio ambiente bastante forte. Toledo vira vanguarda racional”, ressaltou Ratinho Junior.

O diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, explicou que o modelo de atração de investimento estrangeiro em tecnologia sustentável pode ser replicado em outras regiões do Estado. “Buscamos os líderes nesse tipo de tecnologia para trazer para o Paraná. Quem quiser vir, estamos abertos para expandir essas usinas pelo Estado”, disse ele. “Estamos muito satisfeitos com essa parceria”, avaliou Lehmann, CEO da Mele.

NOVO PROJETO – A empresa alemã também projeta a construção de uma segunda usina de biogás, ainda sem data para sair do papel. A iniciativa visa o tratamento mecânico biológico de resíduos sólidos urbanos de Toledo e outras 31 cidades vizinhas. Como a produção dependerá da quantidade de lixo, a empresa não faz estimativa da energia poderá ser gerada.

A expectativa, reforçou o prefeito de Toledo, Lucio de Marchi, é que a iniciativa possa substituir o modelo tradicional para tratamento dos resíduos sólidos, baseado no descarte por meio de aterros sanitários. “É o início para resolver uma situação gravíssima, produzindo energia”, explicou.

COMPOSTEC – Na mesma cerimônia, Ratinho Junior entregou o certificado de licença ambiental prévia para que a Compostec possa iniciar a construção de uma nova usina no município, com valor estimado de R$ 20 milhões.  A empresa pretende transformar resíduos das agroindústrias em biogás.

A empresa paranaense, sediada em Toledo, também firmou convênio com o município e o Estado para a construção de usina de biometano. O diretor da companhia, Leandro Azevedo, disse que a ideia é melhorar o tratamento dos resíduos, transformando em gás e energia elétrica. “Estamos entrando na área para inovar e crescer”, disse, estipulando a produção inicial em 1.4 MW/h. O prazo de término da obra é de um ano.

 

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