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REFERÊNCIAS

Sede do Laboratório de Análises e Pesquisas - LAP no Juvevê em 1940.
Sede do Laboratório de Análises e Pesquisas - LAP no Juvevê em 1940.
Equipe que iniciou os trabalhos no LAP em 1940.
Equipe que iniciou os trabalhos no LAP em 1940. Na foto estão o idealizador do laboratório Marcos A. Enrietti (1), e os pesquisadores Dulcídio Lacerda (2), Reinaldo K. Spitzner (3) e Oscar Krebs Palmquist (4).
Primeiro volume da revista Arquivos de Biologia e Tecnologia.
Primeiro volume da revista Arquivos de Biologia e Tecnologia do IBPT, publicada em 1946.

85 anos: celebrando o passado e construindo o futuro

 

Em um contexto de expansão agrícola no Paraná, o médico veterinário e agrônomo Marcos Augusto Enrietti vislumbrou a criação de um instituto que pudesse contribuir para o fortalecimento e desenvolvimento do setor agropecuário e econômico do Estado, através do desenvolvimento de pesquisas científicas e oferta de serviços veterinários.

 

Contando com o apoio do Intervertor Manoel Ribas, entre os meses de junho e julho de 1940 foi criado e inaugurado em Curitiba, o Laboratório de Análises e Pesquisas (LAP), como um setor do Departamento de Agricultura da Secretaria de Obras Públicas, Viação e Agricultura do Estado do Paraná. No mesmo ano, iniciou-se a produção de vacinas contra raiva, soros e fortificantes para criação animal.

 

Diante do sucesso experimentado pelo LAP no seu primeiro ano de existência, e com a demanda por análises e produtos sendo ampliada, em fevereiro de 1941, o LAP foi transformado com a criação e regulamentação do Instituto de Biologia Agrícola e Animal (IBAA).

 

Neste mesmo ano, o boletim intitulado “Página Rural” foi publicado pelo IBAA, tornando-se o primeiro boletim destinado à comunicação direta com os produtores rurais da história da instituição.

 

Para além do atendimento ao setor agropecuário, o idealizador do IBAA visava o fomento ao desenvolvimento da indústria e atendimento aos demais problemas tecnológicos do Estado. Nesse sentido, em dezembro de 1942, o IBAA foi transformado em Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnológicas (IBPT), ganhando melhores condições materiais e concretizando o que vinha sendo vislumbrado por Enrietti desde o princípio. 

 

Em 1945 eclodiu no Paraná e São Paulo um violento surto de peste suína. Com a colaboração do Ministério da Agricultura, ao longo do ano foi instalado em Jacarezinho, o Laboratório Regional do Norte Pioneiro, local que foi destinado a produção de soros e vacinas, com o objetivo de buscar combater o surto.

 

Em 1946, surgiu outra importante publicação do IBPT, o periódico “Arquivos de Biologia e Tecnologia”, um periódico voltado para a divulgação científica dos trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores do instituto.

 


Capa da Revista IBPT.
Capa da Revista IBPT - ciência e técnica à serviço da produção, publicada a partir de 1952.
Mostruário para pronta entrega de produtos produzidos pelo IBPT.
Mostruário de pronta entrega dos produtos produzidos pelo IBPT na década de 1950.

No fim do ano de 1950 ocorreu em Curitiba, a II Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), com o tema “A Industrialização à Margem da Mata Virgem”. Durante o evento, tanto o idealizador do IBPT quanto seus pesquisadores participaram como comunicadores em conferências e seminários científicos.

 

Na ocasião, Harry M. Miller – Diretor de Ciências Naturais e Agricultura da Fundação Rockfeller na América Latina –  visitou as instalações do IBPT e valorizou a forma como o instituto estava organizado e a sua localização geográfica, uma vez que encontrava-se próximo das principais Escolas de Veterinária e Agronomia.

 

Dada a necessidade de maior autonomia reivindicada por Enrietti à Secretaria de Agricultura, em janeiro de 1951, o IBPT foi transformado em entidade autárquica com personalidade jurídica própria, o que assegurou maior autonomia à instituição.

 

Ainda no início da década, na Divisão Experimental de Combustíveis iniciaram-se os estudos sistemáticos sobre o xisto pirobetuminoso e o carvão mineral do Paraná.  A Divisão também desenvolveu o método “Ultra Violeta” para detecção do grau de pureza da gasolina.

 

Em 1952, foi criada a “Revista IBPT” que tinha como objetivo levar conhecimentos técnicos modernos aos agricultores, criadores e industriais, bem como informar sobre os serviços e recursos oferecidos pelo instituto.

 

Ao mesmo tempo em que Enrietti enviava os pesquisadores do instituto para realizar cursos de especialização em outras instituições nacionais e internacionais, foram criadas as primeiras bolsas de estudos direcionadas aos estudantes que desejassem estagiar no IBPT.

 

Em 1953, ao passo que iniciavam as pesquisas sobre a geologia e geografia física do Estado, o Serviço de Geologia finalizou a elaboração dos mapas geológico, fitogeográfico, pluvial e climatológico do Estado do Paraná. Os mesmos foram apresentados durante as comemorações do Centenário da Emancipação Política do Paraná.

 

A partir das articulações dos pesquisadores do IBPT, cursos de especialização começaram a despontar no fim da década com recursos da CAPES, CNPQ e Fundação Rockfeller. Como foi o caso do I Curso de Fisiologia de Microorganismos, realizado em 1957.

 

Em 1958 foi criado o Instituto de Bioquímica da Universidade do Paraná (IBUP), constituído pelos pesquisadores da Divisão de Patologia do IBPT, que também atuavam na Universidade.

 

Durante a década de 1950, apesar das dificuldades enfrentadas devido à falta de recursos no pós-guerra, o IBPT resistiu garantindo a manutenção básica de suas atividades. Além de produzir vacinas e realizar pesquisa básica e aplicada, nesse período, o instituto também passou a formar novos pesquisadores especialistas, sobretudo na área de bioquímica.

 

Funcionarios no laboratório de análises de sementes.
Funcionários no laboratório de análises de sementes do I.B.P.T, criado em 1967.
Sudoril
Sudoril, um dos produtos veterinários produzidos pelo IBPT na década de 1960.
Vista frontal do biotério Granja Maria Luiza.
Vista frontal do biotério Granja Maria Luiza, localizado em Araucária, concluído em 1967 e destinado a criação de animais de laboratório.

 

Em 1961, com o IBPT completando duas décadas de existência, o seu idealizador foi desligado da chefia da instituição. A saída de Marcos Enrietti resultou em uma gradativa desarticulação das equipes de pesquisadores especialistas. Com isso, ao longo da década, muitos acabaram deixando definitivamente o instituto para atuar somente na Universidade.

 

Em janeiro de 1961, através da lei nº 4.544, foi atribuída personalidade jurídica própria e autonomia administrativa e financeira ao IBPT.

 

Em outubro do mesmo ano, o instituto iniciou a produção de vacina "Cristal Violeta" contra a peste suína.

 

Em 1963, foi criada a Divisão de Pesquisas Agronômicas do IBPT, marcando o início de importantes avanços na área de pesquisa agronômica no Brasil. Nesse mesmo ano, a instituição é vinculada à Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura.

 

Em 1966 foi retomada a publicação da revista “Arquivos de Biologia e Tecnologia”, suspensa desde 1957.

 

Em 1967, ocorreu a conclusão do Laboratório de Análises de Sementes e de um moderno biotério nas instalações da Granja Maria Luiza, em Araucária. No mesmo ano, iniciou-se a fabricação do Soro Hiper Imune que visava a cura dos animais com a peste suína.

 

Em 1968, os avanços continuaram com a criação do Setor de Inoculantes, que tinha como objetivo o desenvolvimento de tecnologias para a melhoria da produtividade agrícola.

 

Em julho do mesmo ano, o Laboratório Regional no Norte Pioneiro, em Jacarezinho, montado na década de 1940, foi ampliado e reequipado, expandindo assim a sua capacidade de produção e oferta de serviços.

 

Durante a década de 1960, o IBPT produziu uma abrangente variedade de vacinas, medicamentos e produtos veterinários. Entre as vacinas se destacam as do tifo aviário, carbúnculo, garrotilho, curso branco, peste suína e antirrábica. Já entre os medicamentos veterinários produzidos se destacam a Aflogistina, Arecina, Stricnina, Novocaina, Pomada de sulfanilamida, Sudoril, entre outros.

 

 

Revista 1970
Edição de 1971 da Revista IBPT, após reestruturação.
Vista lateral da sede do I.B.P.T, unidade Juvevê em janeiro de 1978.
Vista lateral da sede do I.B.P.T, unidade Juvevê, em janeiro de 1978.
Vacina antirrábica canina do tipo Fuenzalida-Palacios modificada
Em 1971 o I.B.P.T passou a produzir em grande escala a vacina antirrábica canina (VARC), do tipo Fuenzalida-Palácios modificada.

 

Em 1970 foi retomada a publicação da “Revista IBPT”, paralisada desde 1960. No ano seguinte, a revista passa por uma reestruturação que passou a incluir um conselho editorial formado por cientistas renomados.

 

Em 1971,  contando com o apoio do Ministério da Saúde e da Organização Pan-americana de Saúde, o IBPT passou a produzir a vacina antirrábica canina através do método desenvolvido pelos pesquisadores chilenos Fuenzalida e Palácios.

 

Em 1973 foi implementado o Programa Nacional de Profilaxia da Raiva (PNPR) para a vacinação de cães e gatos a nível nacional. Essa ação resultou em uma diminuição significativa nos casos de raiva nesses animais.

 

Com os resultados positivos do PNPR, o IBPT firmou convênio com o governo federal e passou a ser um dos principais fornecedores da vacina antirrábica de uso veterinário do Ministério da Saúde brasileiro.

 

Em 1977, o instituto iniciou a produção de vacinas bacterianas de uso humano, inicialmente com o envasamento das vacinas DT (difteria e tétano), de uso adulto, e a DTP (difteria, tétano, coqueluche), de uso pediátrico.


Em dezembro de 1978, o IBPT foi transformado em Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), tornando-se empresa pública de direito privado, pela lei estadual nº 7.056.

 

No fim da década, uma comitiva japonesa desembarcou em terras paranaenses para uma primeira visita nas instalações do Tecpar. A comitiva visava a realização de estudos premilinares para a implementação do Centro de Tecnologia Industrial Brasil-Japão do Paraná. Projeto que seria idealizado através da execução de um acordo de cooperação entre o governo do Paraná e a Província de Hyogo.

 

Durante a década de 1970, os biotérios da instituição também foram reformulados e redimensionados para a criação de milhares de camundongos de acordo com a regulamentação e as condições técnicas adequadas para a produção em larga escala da vacina antirrábica canina pelo método Fuenzalida - Palácios modificada. 

 

Assim, o Tecpar foi, sucessivamente, tornando-se um dos maiores produtores nacionais de vacinas humanas e veterinárias e um dos principais fornecedores da Central de Medicamentos do Ministério da Saúde.

 

Vacina antirrábica de uso humano (VARH), produzida pelo Tecpar.
Vacina antirrábica para uso humano (VARH), produzida pelo Tecpar a partir de 1985 e destinada a campanha nacional do Ministério da Saúde.
Fachada do prédio do Centro de Tecnologia Industrial CTI Brasil-Japão, inaugurado em 1983.
Fachada do prédio construído para abrigar o Centro de Tecnologia Industrial Brasil-Japão (CTI), inaugurado em julho de 1983.
Anestésico odontológico produzido pelo Tecpar na década de 1980.
Anestésico odontológico produzido pelo Tecpar, na década de 1980.

 

Em outubro de 1980, o Tecpar firmou o convênio de cooperação internacional para implantação do Centro de Tecnologia Industrial Brasil-Japão do Paraná, realizando a assinatura do acordo e o lançamento da pedra fundamental da construção do CTI no mesmo ano. O projeto teve como principal objetivo suprir as demandas do setor industrial local, principalmente na área de metalmecânica e eletroeletrônica.

 

Em 1982 foi inaugurado o Biotério de Jacarezinho, no norte do Estado do Paraná. No ano seguinte, em 1983, foi a vez da inauguração da Unidade Industrial de Anestésico Odontológico, na unidade Juvevê do Tecpar, em Curitiba.

 

Três anos após o estabelecimento da parceria com o Japão, em 1983, foi inaugurado o Centro de Tecnologia Industrial Brasil-Japão do Paraná. Com a inauguração do CTI, iniciaram-se as atividades no novo campus do Tecpar, localizado na Cidade Industrial de Curitiba.

 

No ano seguinte, os governos renovaram o acordo de cooperação tecnológica, tornando essa parceria um marco da expansão da inovação tecnológica para a produção industrial no Estado. Por meio da Japan International Cooperation Agency (JICA), a contribuição do governo japonês se deu através de programas de treinamento para capacitação dos profissionais paranaenses e de apoio financeiro direto através de doações de equipamentos para os laboratórios.

 

Um outro marco relevante data de 1985, com o início da linha de produção da vacina antirrábica humana (VARH), destinada as campanhas nacionais de vacinação do Ministério da Saúde do governo federal. No mesmo ano também ocorreu o Simpósio Aberto em homenagem a Louis Pasteur, celebrando o centenário da primeira vacinação antirrábica humana.

 

Um outro produto para combate a raiva animal também passou a ser produzido pelo Tecpar na década de 1980. Trata-se do vampiricida “Tec vampicid pasta 1%”, medicamento tópico usado para controlar morcegos hematófagos que transmitem a raiva para outros animais.

 

Em 1989, o Tecpar recebeu o Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia. E no segundo semestre do mesmo ano foi instalada a Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec). Criada com o objetivo de estimular e promover a geração e instalação de empresas de base tecnológica no Paraná, a Intec foi a primeira incubadora tecnológica do Estado.

 

Cérebro de camundongos neonatos usados na produção da vacina antirrábica canina.
Cérebro de camundongos neonatos que eram utilizados na produção da vacina antirrábica canina, na década de 1990.
Derme_equivalente a pele humana desenvolvida pelo Tecpar em 1999.
Derme equivalente a pele humana desenvolvida no Laboratório de Ensaios Biológicos do Tecpar em 1999, para realização de ensaios em produtos cosméticos.
Produtos veterinários produzidos durante a década de 1990, pela Divisão de Antigenos do Tecpar, unidade Juvevê.
Produtos veterinários produzidos pela Divisão de Antígenos do Tecpar, durante a década de 1990.

 

 

Visando atender a uma demanda da rede pública de saúde, em 1991 o Tecpar concebeu e implantou a linha de produção da Vacina Tríplice Bacteriana (tétano, difteria e coqueluche).

 

No mesmo ano, o Tecpar foi credenciado pelo Inmetro como Organismo de Inspeção Veicular e inaugurou o Centro de Tecnologia Agroindustrial (CTA), em Maringá.

 

Ainda em 1990, buscando atender a demanda do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose, o Tecpar retomou a produção de reagentes para o diagnóstico das zoonoses brucelose e tuberculose bovina, implementando uma linha industrial de produção do reativo.

 

Em 1992, a Delegacia da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) passou a funcionar nas dependências do Instituto, no campus CIC.

 

Em 1993, o Tecpar firmou um convênio com a Fundação Nacional da Saúde para a produção da Vacina Tríplice de uso pediátrico.

 

Em março de 1994, houveram duas importantes inaugurações no campus CIC do Tecpar: a da sede própria da Intec e a do prédio do bloco B, destinado a abrigar os Laboratórios de Química e Biologia.

 

Em 1996, o instituto foi certificado com a ISO 9001, pela certificadora alemã TÜV Rheinland, marcando o reconhecimento do sistema de gestão da qualidade do instituto. No ano seguinte também foi reconhecido pelo Inmetro como Organismo Certificador Credenciado.

 

Em 1999, a instituição firmou um convênio com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para a criação do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP). Nesse mesmo ano, o Laboratório de Ensaios Biológicos (LAEB) do Tecpar, desenvolveu uma derme equivalente à humana, produzida para ser utilizada em ensaios de produtos cosméticos.

 

Ainda em 1999, o periódico “Arquivos de Biologia e Tecnologia” passou  a ser publicado em língua inglesa e foi incluído no Science Citation Index – SCI, rebatizado com o título em inglês "Brazilian Archives of Biology and Technology".

 

A década de 1990 também foi marcada pelas comemorações dos 50 anos de fundaçãodo instituto e 10 anos do acordo Brasil-Japão.

 

Vista aérea da sede do Tecpar, unidade CIC, em 2007
Vista aérea da sede do Tecpar na Cidade Industrial, em 2007.
Vacina tríplice DTP de uso pediátrico
Frascos da vacina Tríplice DTP (contra difteria, tétano e pertussis), de uso pediátrico, produzida pelo Tecpar na década de 2000.
Instituto de Biologia  Molecular - IBMP
Fachado do Instituto de Biologia Molecular do Paraná- IBMP, instalado no Tecpar no fim da década de 2000.

No ano de 2000, comemorando seus 60 anos de existência, o Tecpar assinou um contrato para o fornecimento de 3 milhões de doses da vacina Dupla dT e 4 milhões de doses de vacina Tríplice DTP ao Ministério da Saúde.

 

Em 2001, foi estabelecida a parceria com a Fiocruz e com a Secretaria Estadual da Saúde para a implantação do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), no campus CIC do Tecpar, resultando na inauguração do mesmo em abril daquele ano.

 

Ainda em 2001, a revista "BABT - Brazilian Archives of Biology and Technology " (denominada até 1999 de "Arquivos de Biologia e Tecnologia"), comemorou 55 anos de sua criação. Enquanto a Intec recebeu da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), o prêmio de "Melhor Incubadora de Base Tecnológica".

 

Em 2002, por meio da Divisão de Biocombustíveis (DBIO), o Tecpar passou a operacionalizar o Centro Brasileiro de Referência em Biocombustíveis (Cerbio). Em 2007, o Cerbio se consolidou com a inauguração da Usina de produção de biodiesel do Tecpar.

 

Nos anos de 2002 e 2003 a Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec) foi eleita modelo para implantação do projeto de desenvolvimento de incubadoras e parques tecnológicos na América do Sul.

 

Em 2005 é implantada a linha de produção da Proteína Monomérica Tetânica, componente que é conjugado com a vacina Tríplice para formar a vacina Tetravalente. No ano seguinte, o Tecpar inaugurou o Laboratório de Produção da Proteína Monomérica Tetânica.

 

Em maio de 2005, o Tecpar foi novamente reconhecido com o Certificado ISO 9001, dessa vez pela empresa UL do Brasil LTDA, afiliada da Under Writers Laboratories Inc.

 

Após anos de estudos, em 2006 o Tecpar também recebeu autorização do Ministério da Saúde para iniciar a produção da vacina antirrábica de uso veterinário pelo método de cultivo celular, sem a necessidade de sacrificar os animais.

 

Caminhando para o fim da década, no segundo semestre de 2009 foram inaugurados, no campus CIC, o  Laboratório de Madeira do Tecpar e a Planta de Insumos para Diagnósticos em Saúde da unidade técnico-científica regional da Fiocruz, denominada Instituto Carlos Chagas (ICC).

 

Laboratório nas instalações do Centro de Energias Renovaveis (Cerbio).
Laboratório de testes nas instalações do Centro de Energias Renovaveis (Cerbio).
Frascos da vacina antirrábica animal - Rhabdocell
Frascos da vacina antirrábica animal (Rhabdocell) produzida pelo Tecpar.
Laboratório de Antígenos do Tecpar.
Laboratório de Antígenos do Tecpar.

Na década de 2010 o Tecpar comemorou os 70 anos de sua criação consolidando seus processos de desenvolvimento de soluções tecnológicas e produção voltada para a área da saúde.

 

Contando com o apoio do Ministério da Saúde, o Tecpar e o ICC em parceria com a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobras) passaram a fornecer insumos que compõem os kits NAT (testes de ácido nucleico), destinados à detecção do vírus da Aids (HIV) e da hepatite C (HCV).

 

Em 2011, a Divisão de Biocombustíveis e o Centro Brasileiro de Referência em Biocombustíveis foram unificados, resultando na criação do Centro de Energias Renováveis (Cerbio), que manteve a sigla já utilizada desde o início dos anos 2000, preservando a identidade do setor. O principal objetivo do centro era promover a pesquisa e o desenvolvimento da produção de biocombustíveis, avaliando sua viabilidade técnica, econômica, social e ambiental.

 

No final do ano de 2012, a partir de adequações feitas em seus laboratórios de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, o Tecpar foi autorizado a iniciar a produção em larga escala da vacina antirrábica de uso veterinário pelo método do cultivo celular, pioneiro no país.

 

A partir da obtenção da acreditação junto ao Inmetro para realização de ensaios de migração de embalagens plásticas, em 2017, o Instituto se consolidou como referência nacional na realização de ensaios em embalagens plásticas que entram em contato com alimentos, apoiando o desenvolvimento da indústria de embalagens e da indústria alimentícia, bem como garantindo a segurança dos consumidores.

 

Em 2018, o Tecpar recebeu, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), a concessão de sua primeira patente na área de saúde pública, pelo processo produtivo da vacina antirrábica veterinária BHK. A metodologia desenvolvida pelo Tecpar utiliza o método de perfusão para a produção dos imunobiológicos que são fornecidos ao Ministério da Saúde federal para as campanhas de vacinação de cães e gatos.

 

Ao longo da década de 2010, o Tecpar em parceria com a Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar), também operacionalizou a Escola de Gestão Inteligente, plataforma educacional desenvolvida para capacitar servidores municipais, principalmente os que atuam na área de gestão.

 

fachada
Fachada atual do campus sede do Tecpar, na Cidade Industrial de Curitiba.
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Contagem de células, etapa do processo de produção da vacina antirábica para cães e gatos.

 

ensaio
Ensaio de soroneutralização, teste que mede a concentração de anticorpos que neutralizam o vírus da raiva, indicando a imunidade do indivíduo contra a doença.
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Laboratório do Centro de Tecnologia em Saúde e Meio Ambiente, responsável pela análise do leite enriquecido oferecido pelo Programa Leite das Crianças

 

 

A década de 2020 chegou juntamente com a pandemia do novo coronavírus que rapidamente se espalhou, atingindo todo o mundo. Diante desse contexto, o Tecpar iniciou a década contribuindo com a busca por soluções para o controle da covid-19, produção de álcool 70% e de kits para o diagnóstico da doença.

 

O Instituto que permanece sendo o único laboratório público brasileiro a fornecer a vacina antirrábica animal para as campanhas do Ministério da Saúde, recebeu em 2021, o “Prêmio Vacina – 2021” do Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Paraná (Sindivet-PR), por sua atuação na área. 

 

Em 2022, foi credenciado pela União Europeia e pelo Centers for Disease Control and Prevention(CDC) para a realização de testes de sorologia antirrábica. No mesmo ano em que forneceu cerca de 21 milhões de doses da vacina antirrábica ao governo federal.

 

No segundo semestre de 2022, a revista científica Brazilian Archives of Biology and Technology (BABT) comemorou seus 75 anos com uma edição especial impressa de artigos de pesquisadores paranaenses.

 

Entre 2024 e 2025, foram firmados dois novos acordos de cooperação tecnológica com a empresa argentina Biogénesis Bagó, visando a transferência e internacionalização de tecnologias para ampliação da produção da vacina antirrábica veterinária e para a criação de um banco nacional de antígenos e vacinas contra febre aftosa.

 

No segundo semestre de 2024, também foi lançada a pedra fundamental da construção do Parque Tecnológico Industrial da Saúde, em Maringá. A implantanção do parque prevê a construção de uma central de envase, que conforme acordo firmado com a empresa chinesa Sinovac, será destinada à retomada da fabricação e fornecimento da vacina antirrábica de uso humano, produção esta que já foi executada pelo instituto anteriormente, entre as décadas de 1980 e 2000.

 

Em 2025, está em fase de finalização a obra do novo Laboratório de Pesquisa e Produção de Insumos para Diagnóstico Veterinário (LIV), visando a retomada da produção dos kits de diagnóstico da brucelose, tuberculose e leucose bovina no ínicio do próximo ano.

 

Hoje, o Tecpar também atua na análise da qualidade de diversos produtos. Destaca-se a contribuição do Instituto para a segurança alimentar dos estudantes paranaenses. Através dos ensaios laboratoriais realizados, pelo Centro de Tecnologia em Saúde e Meio Ambiente, é atestada a qualidade da alimentação escolar da rede estadual de ensino, bem como as condições nutricionais do leite enriquecido que chega às famílias atendidas pelo Programa Leite das Crianças.

 

Ao longo das últimas oito décadas, o Tecpar tem se provado indispensável para o desenvolvimento científico e tecnológico do Paraná. Atuando de forma multidisciplinar se consolidou como uma referência nacional na produção de imunobiológicos e de soluções tecnológicas para as demandas do Estado.

 

 

Para saber mais sobre a trajetória do Instituto de Tecnologia do Paraná:

 

LUNARDI, Maria Elizabeth. Organização da ciência no Paraná: A contribuição do IBPT. Curitiba, 1993.

Dissertação de mestrado da pesquisadora Maria Elizabeth Lunardi, que traça um panorana histórico sobre a trajetória do I.B.P.T. de sua criação até a década de 1960.

BRAND, Jaques; ROCHA, Regina Célia Zaiczuk. Do IBPT de Marcos Augusto Enrietti ao TECPAR: notas para a história de uma vanguarda científica, 1941-1991. Curitiba, PR: TECPAR; Cidade & Campo, 1991.

O livro comemorativo dos 50 anos do Tecpar, publicado em 1991, resgata a história do Instituto de sua criação aos anos 1990, destacando os cientistas que passaram pelo Instituto e as contribuições que a instituição proporcionou para o desenvolvimento científico do Estado do Paraná.